quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Doenças Cardiovasculares


As doenças cardiovasculares ocupam a primeira causa geral de mortalidade em nosso meio. Mais de 250.000 brasileiros morrem por ano em decorrência principalmente do infarto agudo do miocárdio (IAM). Cinquenta por cento das vítimas morrem antes de chegar ao hospital, nas primeiras duas horas após o início dos sintomas. Assim, a morte súbita por ataque cardíaco (PCR – parada cardiorrespiratória) é a emergência clínica mais importante nos dias de hoje.

Não raro, o socorrista se depara com vítima de trauma que desencadeou quadro de insuficiência coronariana (angina ou IAM) durante o atendimento, ou atende caso de PCR de causa clínica. É fundamental saber identificar sinais e sintomas que possa, sugerir uma situação de emergência clínica e as medidas a serem tomadas.

Doença Coronariana

O coração tem seus próprios vasos sanguíneos para suprir a intimidade do músculo cardíaco de O2 e nutrientes e remover CO2 e outros detritos. É o sistema coronariano (artérias e veias coronárias). Denominamos o músculo cardíaco de miocárdio. Para que o miocárdio desempenhe de forma eficiente sua função de bomba, é fundamental que o sangue oxigenado alcance a intimidade do seu tecido.

Quando as artérias coronarianas estão prejudicadas na sua função de transportar sangue, o suprimento de O2 para o miocárdio é reduzido; como consequência, sua função de bomba estará comprometida.

Ao processo lento e gradual de oclusão dos vasos sanguíneos chamamos aterosclerose (causa mais frequente de angina). Na fase inicial da aterosclerose, ocorre deposição de gordura na parede dos vasos, estreitando sua luz. Conforme o tempo passa, um depósito de cálcio vai endurecendo a parede do vaso, e o fluxo de sangue no vaso fica reduzido. A irregularidade da superfície provoca adesão de plaquetas circulantes formando um trombo. Este pode alcançar tamanho tal que oclui completamente a luz do vaso, ou quebrar-se e transformar-se em êmbolo (trombo circulante), que causa a obstrução do vaso mais à frente. Quando isso ocorre, os tecidos que dependem desse fluxo de sangue, privados de oxigênio, acabam morrendo. Quando esse processo ocorre nas artérias coronárias, chamamos de doença coronária, que se resume no baixo suprimento de sangue ao miocárdio. Inclui a angina de peito e o infarto agudo do miocárdio.

Angina de Peito

Situações de estresse emocional ou esforço físico fazem com que o coração trabalhe mais, exigindo maior fluxo de sangue pelas artérias coronárias para suprir o músculo cardíaco. Quando as artérias coronárias se estreitam pela aterosclerose, não são capazes de suprir o aumento da demanda de sangue pelo músculo cardíaco. O miocárdio, privado de oxigênio, faz o paciente sentir dor. É a angina pectoris ou dor no peito.

Sinais e Sintomas

● Dor torácica retroesternal ou precordial (às vezes, desconforto), desencadeada por esforço físico, estresse, refeição volumosa ou exposição a temperaturas muito frias.
● A dor pode irradiar-se para membros superiores, ombros, mandíbula e porção superior do abdome. Raramente ultrapassa dois a cinco minutos, desaparecendo com repouso e uso de vasodilatador sublingual.

Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar

● Confortar e acalmar o paciente;
● Mantê-lo em repouso, em posição confortável;
● Informar-se sobre o uso do vasodilatador sublingual e se o tem;
● Passar os dados clínicos para o médico e aguardar instruções;

● Se houver necessidade de transporta-lo, faze-lo sem sirene, devagar e monitorando sinais vitais e se possível monitorização cardíaca.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Infarto Agudo do Miocárdio




Condição em que ocorre necrose (morte) de parte do miocárdio como resultado da falta de oxigênio. Isso acontece por estreitamento ou oclusão da artéria coronária que supre de sangue a região. O infarto agudo do miocárdio (IAM) é a causa mais frequente de morte súbita (50% das mortes ocorrem nas primeiras horas); muitas dessas vítimas poderiam ser salvas com medidas prontas e relativamente fáceis (manobras de RCP). Daí a importância de identificar precocemente o infarto agudo do miocárdio.

A causa principal do IAM é a aterosclerose das coronárias, que pode ser desencadeada por esforço físico, situação de estresse, fadiga, mas também no repouso. A principal complicação do IAM é a alteração do ritmo cardíaco. Drogas, como a cocaína, podem provocar IAM por espasmo do vaso.

Sinais e Sintomas

● Dor torácica de forte intensidade, prolongada (30 minutos a várias horas), que localiza atrás do esterno e irradia-se para o membro superior, ombro, pescoço, mandíbula, etc. Geralmente o repouso não alivia a dor;
● Falta de ar;
● Náusea, vômitos, sudorese fria;
● Vítima ansiosa, inquieta, com sensação de morte iminente;
● Alteração do ritmo cardíaco – bradicardia, taquicardia, assistolia, fibrilação ventricular;
● Na evolução, a vítima perde a consciência e desenvolve choque cardiogênico.

Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar

● Assegurar vias aéreas;
● Tranquilizar a vítima – abordagem calma e segura (objetiva diminuir o trabalho do coração); ● Mantê-la confortável, em repouso absoluto. Não permitir seu deslocamento;
● Administrar oxigênio;
● Examinar sinais vitais com frequência;
● Monitorização cardíaca;
● Saturação de oxigênio (oxímetro de pulso);
● Conservar o calor corporal;
● Se o médico não estiver presente, reporte ao médico coordenador a história com os dados vitais da vítima e aguarde instruções;
● Transporte imediatamente, de forma cuidadosa, calma, sem sirene, com o objetivo de não aumentar sua ansiedade, para hospital equipado com serviço coronariano previamente avisado da chegada da vítima;
● Em vítima inconsciente por parada cardiopulmonar, iniciar manobras de RCP e comunicar imediatamente o médico coordenador. Se desenvolver choque (hipotensão), aplicar os cuidados de emergência para choque cardiogênico (ver capítulo específico).

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Ganhamos mais um anjo no céu!

Neste sábado, dia 22 de agosto a Corporação dos Bombeiros Voluntários de Joinville perde um grande guerreiro, Valdecir Leme dos Santos.

Foto: Bombeiros Voluntários de Joinville

Em nome de todos os bombeiros da corporação 21 - Bombeiros Voluntários de Barra Velha, nossos mais sinceros sentimentos a família,  amigos e corporação.


Ganhamos mais um anjo no céu.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Hipoglicemia



Hipoglicemia – Choque Insulínico

Ocorre quando o nível de glicose no sangue está muito baixo. Rapidamente o açúcar circulante entra nas células e não existe glicose suficiente para manter o suprimento constante das células cerebrais. Sobrevém a inconsciência em questão de minutos.
Entre as causas principais, o paciente diabético que usou a insulina em dose maior do que a desejada ou que não se alimentou adequadamente ou aquele que praticou exercício físico em excesso.

Sinais e Sintomas

São de início rápido (minutos), com tontura, cefaleia, confusão mental e evoluindo para convulsão e coma.

Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar

● Obter informações da história clínica da vítima.
● Vítimas conscientes – administrar açúcar (suco ou água com açúcar).
● Vítimas com alteração da consciência ou inconscientes – não fornecer nada via oral.
● Administrar oxigênio.
● Decúbito lateral no caso de vômito.

● Transporte imediato para o hospital.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Abdome Agudo


Doença de elevada incidência que, às vezes, acarreta problemas e dificuldades sé- rios com relação ao diagnóstico e ao tratamento, pondo em risco a vida do doente. Isso ocorre porque as causas são múltiplas, muitas até graves. Entre elas, apendicite, obstrução intestinal, hérnia estrangulada, úlcera perfurada, gravidez ectópica, inflamação da membrana da cavidade abdominal (peritonite). Pode ser acompanhada de náuseas, vômitos, diarreia, pulso rápido, febre, distensão abdominal, rigidez à palpação do abdome, sinais de choque, etc.

Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar

● Colha informações sobre as características da dor (tipo, intensidade, localização, tempo de início) e dos sintomas associados (febre, vômito, diarreia, etc.), repassando ao médico;
● Mantenha a abertura das vias aéreas e esteja alerta para vômitos;
● Administre oxigênio;
● Se necessário, aplique medidas anti-choque;
● Não administre nada via oral;

● Transporte ao hospital conforme orientação médica.

sábado, 15 de agosto de 2015

Diabetes


Diabetes Mellitus

Todas as células do organismo necessitam de glicose (açúcar) para a produção de energia. A circulação sanguínea distribui esse açúcar para as células, entretanto, para que possa entrar no interior da célula é necessária a presença de insulina.

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas cuja principal função é permitir a entrada de glicose na célula. Caso este hormônio esteja ausente, a glicose se acumula na circulação e a célula sem seu “combustível”, rapidamente sofre danos irreversíveis. As cé- lulas do sistema nervoso (neurônios) são muito sensíveis à falta de glicose e as primeiras a sofrer danos com sua ausência.

Definição

Diabete é uma doença de evolução crônica em que o organismo é incapaz de utilizar a glicose para produção de energia por diminuição ou ausência de insulina. Sem a insulina, a glicose não entra na célula, se acumulando na circulação e, como consequência, ocorre um aumento do volume urinário na tentativa de eliminar o excesso de açúcar da corrente sanguínea. Esta reação é a principal responsável pelos sintomas principais do diabete, a saber: polidipsia (sede intensa), poliúria (aumento do volume de urina) e fadiga facial com diminuição de capacidade de trabalho.

Entre as complicações do diabete, a acidose, o coma diabético e a hipoglicemia choque insulínico constituem as mais graves, requerendo tratamento imediato e geralmente caracterizam o descontrole da doença em sua expressão máxima.

Acidose e Coma Diabético

Uma vês que a célula não pode utilizar a glicose para produção de energia, ela busca outra fonte de energia – a gordura. Entretanto, esta não é tão eficiente quanto a glicose, além de produzir resíduos ácidos. Essa situação de acidose orgânica, caso não corrigida de imediato, leva ao coma diabético – situação grave que necessita de atendimento de emergência.

Sinais e Sintomas

Geralmente de evolução lenta (até dias), iniciando por polidipsia, poliúria, vômito, dor abdominal, respiração rápida e profunda, pulso rápido e fraco, alteração da consciência iniciando por confusão, estupor até coma.

Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar
● Obter informações da história clínica da vítima e repassar informações ao médico:

○ Se é portador de diabete; ○ se usa insulina e se o faz corretamente;
○ Condições alimentares;
○ Uso de álcool; ○ infecção recente, etc.

● Administrar oxigênio em altas concentrações.
● No caso de vômitos, transportar a vítima em decúbito lateral esquerdo.

● Transporte imediato ao hospital.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Tipos de Síncope


Síncope ou Desmaio

Caracteriza-se por qualquer tipo de perda de consciência de curta duração que não necessite manobras específicas para a recuperação. O termo lipotimia tem sido utilizado para designar episódio de perda incompleta de consciência. A causa fundamental da síncope é a diminuição da atividade cerebral, podendo ser classificada em:

Síncope Vasogênica

● Mais frequente, acontece devido à queda súbita da PA, por causa emocional, dor súbita, esforço físico, ambiente lotado, cena de sangue, calor excessivo, etc.

● O episódio sincopal surge geralmente quando a vítima está em pé.

● O paciente pode apresentar-se pálido, frio, com respiração suspirosa; após alguns minutos, ocorre tontura, visão embaraçada e súbita perda de consciência.

Síncope Metabólica

● Quando a causa é por alteração metabólica, como diabete ou hipoglicemia.

Síncope Neurogênica

● Agressão direta ao encéfalo, como em trauma, intoxicações exógenas, hipertensão intracraniana, etc.

Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar

● Mantê-lo deitado, preferencialmente com a cabeça abaixo do corpo; se estiver deitado, elevar-lhe os membros inferiores mais ou menos 20 cm; mantê-lo deitado por alguns minutos após recuperar-se.
● Se estiver em local mal ventilado ou ambientes lotados, providenciar a remoção para outro mais apropriado.
● Liberar vestimentas apertadas;
● Não dar nada para o paciente comer ou beber.

● Informar-se sobre a história da vítima (doenças, medicamentos utilizados, etc.), reporta-la ao médico e aguardar instruções