As doenças cardiovasculares
ocupam a primeira causa geral de mortalidade em nosso meio. Mais de 250.000
brasileiros morrem por ano em decorrência principalmente do infarto agudo do
miocárdio (IAM). Cinquenta por cento das vítimas morrem antes de chegar ao
hospital, nas primeiras duas horas após o início dos sintomas. Assim, a morte
súbita por ataque cardíaco (PCR – parada cardiorrespiratória) é a emergência
clínica mais importante nos dias de hoje.
Não raro, o socorrista se depara
com vítima de trauma que desencadeou quadro de insuficiência coronariana
(angina ou IAM) durante o atendimento, ou atende caso de PCR de causa clínica.
É fundamental saber identificar sinais e sintomas que possa, sugerir uma
situação de emergência clínica e as medidas a serem tomadas.
Doença Coronariana
O coração tem seus próprios vasos
sanguíneos para suprir a intimidade do músculo cardíaco de O2 e nutrientes e
remover CO2 e outros detritos. É o sistema coronariano (artérias e veias
coronárias). Denominamos o músculo cardíaco de miocárdio. Para que o miocárdio
desempenhe de forma eficiente sua função de bomba, é fundamental que o sangue
oxigenado alcance a intimidade do seu tecido.
Quando as artérias coronarianas
estão prejudicadas na sua função de transportar sangue, o suprimento de O2 para
o miocárdio é reduzido; como consequência, sua função de bomba estará
comprometida.
Ao processo lento e gradual de
oclusão dos vasos sanguíneos chamamos aterosclerose (causa mais frequente de
angina). Na fase inicial da aterosclerose, ocorre deposição de gordura na
parede dos vasos, estreitando sua luz. Conforme o tempo passa, um depósito de
cálcio vai endurecendo a parede do vaso, e o fluxo de sangue no vaso fica
reduzido. A irregularidade da superfície provoca adesão de plaquetas
circulantes formando um trombo. Este pode alcançar tamanho tal que oclui
completamente a luz do vaso, ou quebrar-se e transformar-se em êmbolo (trombo
circulante), que causa a obstrução do vaso mais à frente. Quando isso ocorre,
os tecidos que dependem desse fluxo de sangue, privados de oxigênio, acabam
morrendo. Quando esse processo ocorre nas artérias coronárias, chamamos de
doença coronária, que se resume no baixo suprimento de sangue ao miocárdio.
Inclui a angina de peito e o infarto agudo do miocárdio.
Angina de Peito
Situações de estresse emocional
ou esforço físico fazem com que o coração trabalhe mais, exigindo maior fluxo
de sangue pelas artérias coronárias para suprir o músculo cardíaco. Quando as
artérias coronárias se estreitam pela aterosclerose, não são capazes de suprir
o aumento da demanda de sangue pelo músculo cardíaco. O miocárdio, privado de
oxigênio, faz o paciente sentir dor. É a angina pectoris ou dor no peito.
Sinais e Sintomas
● Dor torácica retroesternal ou
precordial (às vezes, desconforto), desencadeada por esforço físico, estresse,
refeição volumosa ou exposição a temperaturas muito frias.
● A dor pode irradiar-se para
membros superiores, ombros, mandíbula e porção superior do abdome. Raramente
ultrapassa dois a cinco minutos, desaparecendo com repouso e uso de
vasodilatador sublingual.
Atendimento de Emergência no
Pré-hospitalar
● Confortar e acalmar o paciente;
● Mantê-lo em repouso, em posição
confortável;
● Informar-se sobre o uso do
vasodilatador sublingual e se o tem;
● Passar os dados clínicos para o
médico e aguardar instruções;
● Se houver necessidade de
transporta-lo, faze-lo sem sirene, devagar e monitorando sinais vitais e se
possível monitorização cardíaca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário